14 fevereiro 2010

Colombina, Pierrot e Arlequim...

Barrados no baile

Exceto pela citação em um ou outro samba enredo, ou por alguma máscara na multidão, Pierrots, Arlequins e Colombinas não conquistaram lugar no Carnaval brasileiro. Não sobreviveram aos ardores dos trópicos. Esses personagens originalmente apareceram na Comédia Dell'Arte, pequenos espetáculos apresentados nas ruas da Europa na idade média. As peças não tinham texto definido, mas em geral desenvolviam-se sobre a narrativa de Colombina (uma dama da corte)sendo disputada por dois pretendentes: Pierrot, romântico e sensível, e Arlequim, um malandro trapaceiro e fanfarrão. O Pierrot é o que tem aquela lágrima caindo do olhar, era uma figura sonhadora, ingênua, que amava sofregamente Colombina. Já o Arlequim, vestiam-se como um bobo na corte e era retratado como um bon vivant. O público apreciava o desenrolar deste triângulo amoroso, assistindo Colombina indecisa entre um Arlequim astuto e um Pierrot triste. Ora pendendo a um, ora encantada com outro. O desfecho da história era decidido na hora de acordo com a reação e torcida de quem estivesse assistindo... Mas talvez tenha sido uma coisa boa a cultura popular ter banido o ingresso dos três no Carnaval daqui. Do jeito que as coisas ficaram, possivelmente a história terminaria com Colombina decidindo ficar com os dois, no melhor estilo "Jorge Amado", e iríamos rir, cantar as músicas, fantasiar nossos filhos como eles, e deixá-los crescer achando aquilo a coisa mais natural do mundo...

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