24 fevereiro 2009

Asas no céu azul...

Rubem Alves fala que amar é como ter um pássaro pousado no dedo e quem já teve um pássaro pousado no dedo sabe que ele pode voar a qualquer momento. Concordo com ele. Concordo tanto que fiz o poema "A porta está aberta", que diz a mesma verdade com outras palavras. Mas concordar é uma coisa, difícil é viver. Despojar-se daquele estranho sentimento de posse. Querer que o pássaro fique eternamente pousado. Aí a gente acaba inventando as gaiolas. Tem a gaiola do ciúme. A gaiola da auto-comiseração. A gaiola do desespero. Não gosto destas gaiolas. Por mais doloroso que seja, pássaros são donos deles mesmos. Para onde voam ou onde ficam é com eles. Meu único consolo é pensar que Deus sabe as rotas misteriosas pelos quais esses seres se movimentam e sabe o que é melhor para eles e para seus locais de pouso...

O problema é acostumar-se a esse dedo vazio. À falta do canto nos ouvidos. À lembrança de afagar suas penas e sentir que o mundo era um lugar melhor com ele ali.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nem sempre o que vai não volta...
O tempo muitas vezes eh um pedido para organizar as cosias dentro da gente, tirar o medo e deixar o amor acontecer definitivamente!

Luciano Maia disse...

sim... mas eu queria saber voar e acompanhar o pássaro no céu.