06 dezembro 2010

De novo o Natal...mas com saudades e novidades

Aproxima-se outro Natal. Já é o meu segundo em Curitiba. O tempo passou rápido, só me dei conta de que as festas natalinas estavam chegando quando passei em frente ao Palácio Avenida e vi que já começavam a enfeitá-lo. Em BH meu indicador era a Praça da Liberdade e confesso que sinto falta de quando reservava uma noite para conferir as luzes e a decoração. Assisti à primeira apresentação do coral no Palácio Avenida este ano. Cantaram “Canção da América” do Milton Nascimento. A canção na voz daquelas crianças me atingiu em cheio. O coração da gente é um mecanismo intrigante, às vezes bate mais forte por conta própria, sem aviso algum. A música me transportou para o Bolão lá em Santa Tereza, me fez caminhar por ruas no Floresta e no Jaraguá enquanto muitos rostos de pessoas que amo passavam diante de mim: meus irmãos Aline e Daniel, o Claudinho, a Lívia Salum, a Helen, a Flavinha, a Livinha, e até algumas pessoas nas quais não pensava há muito tempo. Acabei chorando. Não por tristeza, embora doesse um pouco. Foi um choro de saudade das pessoas, dos lugares, e das coisas vividas: uma caminhada na Pampulha com a Aline ou o Daniel, um boteco com o Claudinho, estar com a Lívia na UFMG numa tarde escaldante jogando conversa fora, dançar zouk e forró com a Helen no Buffalo, um xote com a Flavinha no Flashback ou com a Livinha na casa dela. Eu sou um contador de histórias. Tenho muitas para contar, mas ver todas as minhas histórias desfilando diante de mim através daquele fundo musical desencadeou uma nostalgia gostosa lá no fundo. Posso ter escolhido Curitiba para morar, mas é certo que Belo Horizonte não sairá de mim jamais. A sombra das montanhas me acompanha aonde quer que eu vá. Serenatas e serestas enchem meus ouvidos. Mil olhos de anjos barrocos me observam... Acho que tenho mais orgulho de ser mineiro do que de ser brasileiro. Não que não seja patriota, mas é um sentimento mais forte. Minha “mineiridade” pode não ser tão marcante no sotaque, mas é bem evidente no meu gosto musical, no paladar, nas idéias, no que escrevo. Sou como Niemeyer, minha alma é incorrigivelmente fascinada pelas curvas, seja na saudade da Serra do Curral no horizonte da lembrança ou nos sonhos que nascem no corpo e nos olhos da mulher amada. A Lúcia, minha namorada, ao perceber que eu chorava virou-se e me abraçou e beijou carinhosamente. Ela também é uma chorona inveterada e não tive de explicar muito. Aliás, nunca tenho de ficar explicando muito para ela. Compartilhamos mais do que química, temos uma rara sintonia de alma. Sempre conversamos muito sobre tudo e espero que tenhamos um grande futuro juntos. Ela é meu presente de Natal antecipado: uma moça de família, íntegra, inteligente, charmosa, divertida, linda e tem demonstrado que gosta muito de mim. Não somos parecidos em algumas coisas, mas até nisso temos descoberto maneiras de sermos complementares ou – pelo menos – tolerantes. Agradeço a Deus por tê-la colocado no meu caminho, pois Ela parece ter sido feita sob medida para mim. Acho que o fato de eu não ter escrito muito aqui seja devido a ela. Eu tenho a tendência de escrever mais quando me sinto triste ou sozinho e ela não tem me deixado sentir assim...

Bom, fico por aqui. Estava planejando ir para BH em 17/12, mas vou postergar a viagem por enquanto sem uma data definida ainda. Acredito que não retorno a Belo Horizonte este ano. A boa notícia é que meus planos de visitar meu antigo lar agora incluem levar uma linda ucraniana para conhecer minha cidade, minha família, meus amigos e saber onde ela está se metendo... Orem para que Deus abençoe esses projetos com finais felizes no prazo mais curto possível, Ele tem cuidado de mim em cada detalhe aqui e tenho fé que continuará assim...

Abraços e beijos,

2 comentários:

Anônimo disse...

passando pra te contar que nem tem mais aquele lugar de forró aqui :(

virou um restaurante-bar sei lá...

bjo!
helen vilela

Luciano Maia disse...

Que pena! Tenho ótimas lembranças de lá... a maioria com voce...