05 julho 2009

Domingo Amélia

Hoje acordei cedo. Cedo para um domingo. Domingo é dia de acordar depois do meio dia, ainda mais nesse frio daqui de Curitiba. Meu quarto estava totalmente iluminado as 8 da manhã. Esqueci de puxar o blackout. Quem me conhece sabe que eu preciso de escuridão para dormir. Barulho não me incomoda, mas luminosidade é o que há para me acordar... Podia ter me virado para o canto e coberto a cabeça com o edredom, mas o sol estava radiante. Pensei que havia amanhecido um daqueles raros dias alegres da capital paranaense. Pura enganação. Foi só um pular da cama que as nuvens acinzentaram o céu e a temperatura baixou...é a maldade curitibana se manifestando até no tempo. Mas isso não me impediu de levantar num bom humor absurdo e exercer meu lado Amélia todo "cantandinho": lavei 3 máquinas de roupa suja (primeiro as coloridas, depois as pretas e por último as brancas); fiz compras, assei um bolo e preparei um pudim. Eu e o Sérgio ainda arrumamos a lavanderia e o quarto de despejo. Putz... Quanto lixo havia lá! Parece que cada pessoa que morou nesse apartamento deixou algo de lembrança para trás... Ninguém merece! Cada coisa que encontramos: calota de carro, coleção de maçanetas,almofadas mofadas, partes de móveis ... O pior foi jogar tudo discretamente numa caçamba alheia, tomando o maior cuidado para ninguém nos ver. Foi engraçado! Depois da arrumação, foi a hora do almoço: uma saladinha básica de alface crespa com tomate italiano (aprendi, Jú!), arroz à grega e peito de frango preparado com bacon, calabresa, pimentões coloridos e minha pimenta biquinho... Ficou uma delícia! O Sérgio parece que já se habituou com minha mania de apimentar todas as coisas. Nem reclamou, até elogiou. Gosto de dar personalidade às coisas que eu preparo. Meus bolos sempre levam noz moscada ou algum ingrediente diferente. Meus legumes são temperados com sálvia, alecrim ou tomilho e minhas carnes são apimentadas e cheirosas. Só não aprendi a fazer arroz até hoje. Que vergonha! Mas enquanto existir o tal do arroz de microondas, está tudo certo.

Ontem cheguei um pouco tarde. Meu amor tem estado adoentada e eu estava cuidando dela. Gripe forte, garganta inflamada, tosse, sem voz. Não tem um pingo de juízo! Estava sarando de um resfriado e tomou Ovomaltine do Bobs... Isso quando não cisma de desfilar pela casa de meias. Sabe ser charmosa, viu! Aff... Mulher bonita também adoece se não cuidar... Hoje como não vou vê-la, bem que podia dormir cedinho. Tomar um chá quente e ficar bem quentinha nos edredons. Estava até pensando em tentar curar a gripe dela como curei a do Claudinho uma vez: com cachaça, mel e limão... Mas além de não confiar muito na procedência das cachaças daqui (e as mineiras serem absurdamente caras), essas catarinas que não bebem podem se assustar com o teor alcoólico do remédio (mesmo que fosse só para gargarejos) então optei por manter um tratamento à base de beijinhos, abraços, carinho e cuidado enquanto assistimos bons filmes bem confortáveis e quentinhos. Hoje até vi um romã para vender no Mercadorama e pensei em comprar para fazer um chá para minha catarina doentinha, mas é muita covardia colocar algo tão amargo em lábios tão doces... Na dúvida, melhor deixá-la com as pastilhas e o anti-inflamatório receitado pelo médico. Sara logo, meu amor, agora que você está de férias a gente tem um monte de coisas para fazer e quero você bem disposta e animada.

Amanhã começa mais uma semana. Este mês estou com grandes expectativas no trabalho. Se meu Deus me abençoar, dá tudo certo. Sou plenamente convicto que o "homem não recebe coisa alguma se do céu não lhe for dada". Estou satisfeito com o rumo que a vida está tomando. Estou feliz e em paz como não há muito tempo não me sentia. Tenho dormido bem e tranquilo, embora alguns sonhos me deixem encucado vez ou outra. Estou satisfeito com a maneira com que meu Deus me trata na intimidade do dia a dia, cuidando, ensinando, suprindo... É um sentimento bom, me sinto como o cara do salmo 1 "como árvore plantada junto a corrente de águas", dando o fruto na estação certa e sendo bem sucedido no que coloco a mão para fazer.

Sinto ainda saudades de casa e da minha família. Sinto falta dos meus amigos. Vontade de comer certas coisas ou estar em certos lugares. É a falta daquela parte da história que me fez ser o que sou. Curitiba está me aceitando aos poucos, mas mesmo que eu ainda me mude definitivamente para cá, não sei se algum dia conseguirá suprir essa saudade. O que o amor amou, fica eterno - parafraseando algum poeta que não me lembro bem agora (talvez Adélia Prado ou Drumond). Há esse "sol bem quente lá no meu quintal" que não se apaga nunca e que eu não quero deixar apagar. É o menino que me dá a mão quando o adulto fraqueja... É o Caminho que se aprende criança para não se desviar Dele quando adulto!

Abraços e boa semana

2 comentários:

Matheus Hofstätter disse...

Curitiba amanhecer alegre é brabo mesmo...

To vendo que foi mais produtivo do que ver o Faustão...

E temo que aprende a faze o tal do arroz ainda!!!

Unknown disse...

Mais uma carta curitibana em alto estilo!
Adoro o jeito q vc escreve, o texto ficou mto bom!

E a sua terapia intensiva contra gripe, devia ter tentado curar o Claudinho com abraços e beijinhos também, kkk... sabia q funciona? =P
estou cada dia melhor ;)
obrigada Lu!!