04 março 2009

Sussurros na Estrada

A Gi me disse há uns dias atrás que a gente tem uma voz interior que sempre nos antecipa algumas coisas na vida."Coisa de libriano" - segundo ela. Saber ouvir esse sussurro pode ser útil para tomar certas decisões ou para entender as decisões que envolvem as pessoas que amamos. Nem sempre o que é certo vai coincidir com o que queremos. Nem sempre as melhores decisões são as mais fáceis de tomar ou de se aceitar. Nem sempre o coração e a cabeça olham para o mesmo lugar ou querem a mesma coisa no mesmo momento.

Minha voz interior me antecipou algumas coisas hoje. Aliás, desde ontem que ela vem falando feito uma lavadeira. Os textos "Prisão sem grades" (de ontem) e "O Filho Morto" (escrito hoje) no Caderno Azul são minhas testemunhas dessa conversa íntima. Quem lê-los depois saberá que pertencem a este intervalo de tempo. Acho que foi essa conversa comigo mesmo e ter elevado essa conversa a um nivel espiritual, apresentando-a como oração diante de Deus, que me fez estar do jeito que estou agora.

Estou calmo e tranquilo. De uma tristeza singela e cômoda que chega a ser bonita. Não guardo ressentimentos ou arrependimentos. Guardo uma euforia na alma de quem sabe que descobriu algo precioso.

É bom sentir-se inteiro novamente, apesar de algumas partes ainda não terem se consertado por completo. Há coisas que só o tempo sabe consertar (ou tornar o convívio tolerável). As vezes é preferível uma certeza negra do que um milhao de possibilidades cinzas. As cores a gente vai reconquistando aos poucos.

Terei meu momento. Preciso dele. Mas minha vida está naquela encruzilhada, quando a gente sabe que está prestes a seguir para nunca mais ser como antes...

Espero seguir o conselho de Robert Frost e seguir a estrada menos pisada. Quem sabe não faz toda a diferença?

4 comentários:

Anônimo disse...

me manda esse caderno azul por correio? pra eu dar uma lida, escrever umas coisas nele e te mandar de volta?

beijo beijo

Anônimo disse...

aham... e como eu fico sem ele?

O caderno azul fica comigo...

Anônimo disse...

Sinto um grande incômodo com todas essas possibilidades cinzas também. Prefiro o sofrimento singelo ao comodismo do banal. Estou me sentindo especialmente assim hoje...

Anônimo disse...

ah, tipo, começa um caderno verde hahahahaha...
e manda o azul pra eu ler rs.
=p