As coisas novas e a velha saudade...

Ontem me mudei para a república. Não é ainda a vida que sempre quis em Curitiba, mas aprendi a nunca desprezar os humildes começos. É estranho voltar a Curitiba desse jeito "hippie", sem almoçar ou jantar no Santa Felicidade todo dia, sem tomar um bom vinho todo dia, andando de ônibus e vendo os pontos turísticos como uma parte qualquer da cidade. É estranho, mas estou me acostumando e aprendendo muito. Reencontrando amigos e fazendo outros...

O pessoal da república é bem sossegado, nada a reclamar. Claro que eu ia preferir dividir apartamento com "uma loira saborosa, de perigosas e convidativas curvas, pele de pêssego salpicada de pintinhas sensuais e um sorriso de estraçalhar qualquer coração de pedra " para começar bem o dia só de olhar para ela... Mas nem tudo é do jeito que a gente quer, infelizmente. Fica o sonho e a vontade, entretanto...

Já estou conhecendo Curitiba. Já estou sendo reconhecido nos lugares, pessoas me cumprimentando nas ruas, sorrindo nos forrós, abraçando na igreja. É uma familiaridade gostosa que vem crescendo aos poucos. Só não me acostumei ainda com esse tempo louco, que amanhece lindo, mas fecha e chove no meio da tarde e esfria ou faz calor de doer no inicio da noite. Estou fortalecendo meu corpo contra gripes enquanto isso... Não vou me dar ao luxo de ficar gripado aqui.

Sinto saudades de casa. Nesse fim de semana pensei demais no que ficou para trás. Me deu uma vontade louca de estar na minha cama, no lençol com meu cheiro, a Aline deitada entre as minhas pernas como ela costumava fazer em BH e assistir Smallville, Dexter ou jogar um bom jogo no playstation. Senti falta de falar com ela dos meus problemas, das minhas paixões, dos encontros e desencontros. Deu saudade de assistir pela enésima vez o "Fantasma da Ópera" ou um dos meus dvds do "The Corrs" no meu Home Theater, só de cueca boxer, pernas pro ar, cantando "What can I do" no último volume acompanhando a Andrea Corr.. Ou assistir meu dvd do Falamansa ou do Rastapé e dançar com minha irmã no meio da sala. Deu saudade da comida de casa, de acordar com o cheiro do almoço posto num dia de preguiça. Do meu pai enchendo a paciência porque esqueceram de fazer frango (e ele come só frango em 99% das vezes). Deu saudade do Daniel aprendendo comigo mágicas, pegando meus baralhos escondido ou ouvindo "Victor e Léo" no computador. Da minha mãe em seus "Dias de Grinch" - que desconfio serem como meus "Dias de São Tomé -, reclamando de contas e outras coisas. Deu saudade, mas foi bom perceber que existe um norte para a bússula do meu coração. Foi bom saber que o que sou, o que virei a ser, deve muito a todos os dias em que convivi com minha familia.

A vida aqui não está fácil, mas está me tornando uma pessoa melhor sim. Minhas conquistas são pequenas, mas me sinto empolgado com elas e grato a Deus por estar cuidando de mim. Sei bem que é a Graça Dele que tem me mantido de pé.

Continuem orando por mim.

Abraços