29 novembro 2009

Tempus Fugit...

Os últimos dias foram de correria. A vida anda muito hiperativa deste lado do Brasil. Até minhas últimas sessões na internet foram quase todas por necessidade. Nada de navegar por prazer, fuçar perfis de orkut ou procurar textos interessantes. Só trabalho e obrigação. O texto sobre os pregadores televisivos, por exemplo, foi todo escrito off-line. Para publicá-lo, salvei o arquivo no pen-drive... aí foi só "Plug and Play" e "Ctrl+C / Ctrl+V", bem ao estilo Microsoft. Estava correndo contra o tempo para poder passar o Reveillon em BH. Cheguei a pensar que não conseguiria, mas Deus cuidou de tudo na hora e no jeito Dele. Novembro foi um mês complicado. Eu esperava mais de um mês com primeira parcela de 13ºsalário e restituição de IR, mas só bati minha meta de menor comissão na última semana e a individual (de comissão mais expressiva) no último dia útil... Às vezes é complicado viver um dia de cada vez. É mais fácil confiar na Providência Divina com alguns zeros à direita na conta corrente e algumas "onças-pintadas" no bolso, mas não posso reclamar de nada. Deus tem suprido minhas necessidades e feito as coisas cooperarem para o meu bem.

Terminei de ler o livro: "Porque você não quer mais ir à igreja". Adorei. Sóbrio, crítico e genuíno. Bem que podia ser indicado dos púlpitos no lugar do besteirol que é pregado em alguns círculos. Postarei uma resenha e indicação de leitura, mas talvez demore um pouco... talvez seja só em 2010. Fim de ano é fogo! Voltei a ler Rubem Alves, o livro "O Velho que Acordou Menino". É o registro de memórias do filósofo, teólogo e poeta. Recomendo demais! É uma leitura leve e revigorante. Gosto do Rubem Alves porque acho que os textos dele têm uma atmosfera íntima e descontraída, como se fosse a transcrição de uma conversa entre amigos na varanda de casa. São textos com sabor de sarau e seresta, de uma "mineiridade" sonora e afetiva. Gosto de lê-los em voz alta, acentuando a pontuação, como me ensinou a minha saudosa professora de Teoria da Literatura Marli Fantini. Além do qualidade, Rubem Alves ma cativa também afetivamente. Sinto-me como um menino que escuta escondido a conversa e o riso dos adultos enquanto finje dormir. Estou me deliciando com a leitura.ótimo

Terça feira passada foi dia de minha apresentação na Mostra de Dança do SESC. Teatro lotado. Tremi e suei frio, mas não errei a coreografia. O forró saiu desembolado e natural. Foi divertido. O joe assistiu e me disse que ficou muito bom. Acredito nele. Ele também é dono de uma sinceridade ácida como a minha e me falaria se tivesse sido um desastre. Coincidiu do Sérgio estar aqui em Curitiba e ele me prestigiou com sua presença. Foi ótimo! Depois da apresentação, resolvi umas coisas sérias que tinha a resolver e fomos ao Pata Negra, um restaurante espanhol muito bacana na Praça da Espanha. Estava uma noite agradável, de clima anemo. Foi bom assentar ao ar livre com ele e o Joe e degustar dois bons malbecs argentinos. A Lei Anti Fumo tem me agradado muito. Antes lugares ao ar livre eram quase todos reservados para fumantes, o que é terrível em Curitiba, cidade infestada de tabagistas inveterados. Agora só é permitido fumar numa distância de 3 metros pelo manos dos estabelecimentos. Estou adorando sair à noite sem precisar ficar cuidando para não ser queimado pela brasa de algum fumante, sem levar bufadas de nicotina na cara, nem ver as guimbas nojentas dos cigarros pelo chão. Ah... e é muito bom voltarpara casa sem estar com a roupa defumada. Bendita Lei Anti-Fumo! Tomara que pegue!

Este fim de semana fiquei em casa. Crise de fim de mês. Pouco dinheiro no bolso. Aluguei filmes, li, dormi muito. Talvez eu saia para dar uma volta de bicicleta ou ir a algum parque próximo, mas ainda não sei... Tenho ensaio de forró mais tarde e tenho de ir ao culto também. Tinha planos de cozinhar algo mais elaborado, mas perdi o ânimo. Cozinhar me desestressa... Gosto da alquimia efervecente da comida sendo preparada: os aromas, cores, misturas... Mas a limpeza da casa era minha responsabilidade e acabei me esmerando na faxina e perdendo o tesão para cozinhar.

Semana que vem, na quarta feira (03/11), faz 11 meses desde que cheguei em Curitiba. Mais um mês e completo um ano de residência aqui. O tempo voou. Parece que foi ontem: mala com dois pares de sapatos, uma muda de roupa para entrevista de emprego, outras poucas para o cotidiano, 20 reais no bolso, esperando sair o seguro desemprego... Foi uma loucura, mas não me arrependo. Passei uns apertos, fiz umas besteiras, mas descobri muito a meu respeito e a respeito do mundo. Vi o cuidado do meu Deus para comigo de maneiras surpreententes e misteriosas. Aprendi a fortaleza e a fragilidade de alguns laços de amizade; a diferença entre paixão doentia e amor saudável;e percebi que todos os sinônimos e substitutos para solidão e saudade não descrevem ainda esses sentimentos com perfeição.No dia-a-dia, aprendi a me virar, a montar meus móveis e trocar a resistência de chuveiros... Pode parecer bobagem, mas lavar as próprias roupas e bancar a propria vida muda a cabeça da gente. Curitiba tem significado mudança, crescimento e amadurecimento. Graças a Deus por tudo isso. Entre trancos e barrancos, delícias e martírios, estou aprendendo uma lição fantástica: a da autenticidade.

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