
Da paixão infantil
Dizem que a gente se apaixona por pura distração. Distração, segundo o Aurélio, é "lapso de consciência ou falta de atenção". Não sei se concordo muito com isso. A gente se apaixona mesmo é por notar demais a pessoa. Quando se percebe que o outro pode ter algo que nos falta ou que buscamos. Li em algum lugar que aqueles que não têm nenhuma característica de admirável ou de irritante, também não têm nada de interessante. Acho que é assim mesmo. Lembro de quando eu era criança, era só me apaixonar que eu começava a implicar com a menina (e vice-versa). Ainda não desconfiava daquele jogo de olhares e palavras que os adultos usam. Para chamar a atenção, valia até sopetão na testa na hora do recreio. O que mais me assusta é que de vez em quando dava certo. Talvez seja porque o ser humano adora ser notado, mesmo se for demonstrado de uma maneira não muito convencional. Isso explica alguns desses trogloditas desfilando de mãos dadas com belas princesas que a gente encontra mundo afora.
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Mais um fragmento de texto que encontrei recentemente, este foi dentro de um livro. Não sei quando comecei a escrevê-lo também. Desconfio que tenha sido entre Abril e Maio deste ano, pelas minhas contas.
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