Aos meus amigos...

Segunda feira passada foi dia do amigo e não postei nada. Não foi negligência nem esquecimento. Foi intencional. Amigo de verdade não precisa de dia fixo para ser lembrado. A data que escolheram é puramente comercial... Amigo é para ser lembrado todo dia, sem precisar avisar, quando uma situação desperta aquela saudade no coração. A amizade se mostra nas pequenas coisas, algumas aparentemente insignificantes. É pensar: "Essa roupa é a cara de Fulano!", "Sicrano iria gostar de tal filme, tal música" e "Que vontade de contar isso a Beltrano!". "Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito", como diria Milton Nascimento. Ou "É uma só alma habitando em dois corpos", nas palavras de um antigo filósofo grego.

Lembro dos meus amigos com frequência. Curitiba tem me tornado saudoso de todos eles. Dos velhos amigos que carrego comigo há tempos e dos novos que vão se revelando. Lembro do Claudinho, meu nobre confrade, meu irmão por opção e coração, e sinto falta de nossas conversas de boteco sobre nossos encontros e desencontros, os desabafos, as esperanças e decepções. Só Deus sabe como me faz falta compartilhar algumas coisas com ele. Lembro do Sérgio e nossas degustações de carmeneres e malbecs, nossas partidas de boliche no Wii ou papos de cinéfilos; do Cláudião e da Shirley, me aconselhando e intercedendo por mim; da Sheylinha e do Felipe, e de nossas noites de poker; da Denniecce me acompanhando a Zouks e forrós ou desesperada para saber o que eu acho de alguma situação. Lembro do Magneto me falando que eu preciso me casar logo. Do Joe e nossas caminhadas que fazem mais bem à alma do que ao corpo, pois a gente caminha e, papeando, vai perdendo coisas pelo caminho e colocando as idéias no lugar. Da Kriptoniana, minha amiga incondicional, apesar de não me entender as vezes nem precisar saber de tudo para ficar do meu lado. Da Gi, que mostrou que não mede esforços para estar comigo na hora escura, que fica com raiva de quem me magoa e tenta me fazer rir da própria desgraça. Da Aline, minha irmã,que eu não trocaria por nenhuma outra irmã no mundo e que sinto falta das conversas domésticas, das brigas, dos apelidos e histórias,dos filmes, livros e danças, que tanta falta me faz nos meus dias alegres e em alguns tristes.

Ao lado dos velhos amigos, vou acrescentando outros novos que também se tornaram especiais: O Welton (posteriormente denominado "Single Welton") que Deus me deu como amigo quando cheguei nessa terra fria, companheiro de teologia e gandaia. Aqui na República tem a família toda: O Bigs e seu ouvido afinado para solos de violão, o Matheus, um catarinense que acredita que é gaúcho, e o Sérgio, um gaúcho que não sabe ser gaúcho. Presentes nas conversas do dia a dia, nas comemorações, nas brincadeiras, nas lutas. E o Double Wellton nos visitando ocasionalmente, nem que seja somente para morder o controle da televisão antes de dormir no sofá...

Dos novos amigos, não posso deixar de mencionar também minha catarina linda. Mais do que só uma namorada, ela fica ao meu lado quando preciso, ouve meus casos e confissões, sem pressa, sem forçar. Simplesmente me dando liberdade de ser eu mesmo e não me atirando pedra alguma por isso. Ela tem me ensinado que mais do que beijos, abraços ou amassos, é com diálogo e confiança que um amor é cultivado...

Lembro até de amigos que costumavam andar comigo, que fazem parte de períodos significativos de minha vida e que o tempo, a distância ou ocasiões diversas nos separaram... Lembro e sinto falta...

Que Deus possa conservar em paz e segurança os meus amigos, de ontem e de hoje. Abrir-lhes os olhos para que não se deixem perseguir ilusões vazias ou sonhos vãos. Fazê-los trilhar caminhos mais altos, eternos. Serem próperos não só no corpo, mas também na alma e no espírito. Gratos a Deus e conscientes de que Ele faz com que tudo coopere para o nosso bem...