27 abril 2009
Noite para ficar em casa com meus pensamentos...
Queria sair agora para andar, mas estou numa preguiça danada... Está um pouco frio, acho que vou preparar um chá ou um chimarrão e ficar em casa. Hoje vou controlar a vontade de andar noite adentro sem destino. Curitiba é uma cidade ótima para caminhadas sem rumo. Cada esquina parece um cartão postal e meus olhos vão registrando tudo: as luzes, as flores, os detalhes das sacadas, as roupas e feições das pessoas. Eu ando olhando tudo e com a cabeça passeando longe... Penso na vida que deixei para trás, nos amigos que me fazem ter saudade, na família que lembra de histórias comigo. Penso nas coisas que estou vendo e vivendo agora. Deus tem sido bom comigo, Ele me trouxe novamente a esta cidade. Já andei muito em BH suspirando por uma oportunidade de voltar a Curitiba. Cheguei a pensar que demoraria muitos anos para eu ver o céu alaranjado daqui mais uma vez. Agora eu moro aqui. Encho os ouvidos diariamente com o sotaque e as palavras de uso exclusivo do curitibano: o "capaz" que pronunciado aqui é diferente; o "imagine" e todos os outros verbos de primeira conjugação que no imperativo são pronunciados assim com o "e" final e não o "a" como eu estava acostumado. Os diminutivos são estranhos também, mas aprendi a gostar: "chuvendinho" quando o dia está garoando, "andandinho" quando falta pouco para chegar em algum lugar, dentre outros. Quando como cachorro-quente na rua, me perguntam se quero com uma vina ou duas. Vina é como chamam salsicha aqui. "Ficar de cara com alguém" não é ficar perplexo ou assombrado como ficamos em Minas, é ficar muito irritado mesmo. O curitibano também não fica "p... da vida", fica "p.. da cara". Vou colecionando essas pequenas diferenças me divertindo com tudo. A Vida em Curitiba é boa e dou graças a Deus por ela. Tem me feito bem. Tenho conseguido emagrecer. Cuidar da minha saúde. Cozinhar. Lavar e passar roupa. São pequenas coisas, mas que juntas estão me transformando numa pessoa diferente. Estou gostando da metarmofose. Claro que às vezes é um processo incômodo ou doloroso. Mudar implica sair da zona de conforto, abandonar velhos hábitos e isso na maior parte das vezes é difícil. Entendo isso e tenho experimentando na prática. Entretanto não arrependo de nada. Não sei ainda o que estou me tornando, mas sei que Deus está moldando algo melhor em mim. Perdi coisas e pessoas. Passei por situações que nunca imaginava. Tudo me acrescentou um pouco. Degrau por degrau. Cada queda e levantada. Cada arranhão e cicatriz. Dou graças a meu Deus pelas coisas que estou experimentando. Ele tem cuidado de mim.
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