02 janeiro 2009

Viver é muito perigoso...

Bom, como num podia deixar de ser, o último post antes da viagem é de um amigo. Tudo bem que ainda num é um post no blog "Três destinos" ou "Nobres confrades", mas isso é questão de tempo e reencontros. Sem mais demora, eis o recado de despedida, no qual lançarei mão (como será percebido) de várias citações de Grande Sertão: Veredas, que eu te emprestei pra ler.

"O senhor... Mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou."

Nenhum de nós estamos terminados. Nem mesmo quando morremos. Curitiba, velho, não é nada pra se ter medo. Como disse Riobaldo, cê só tá sendo afinado, e definitavamente é o mais importante. Não queira que as pessoas estejam sempre iguais, que o mundo não mude e permaneça igual pois tudo hoje está muito bom. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, sempre há um melhor do que o muito bom. Em linguagem mais clara - pelo menos pros enófilos da vida - o que seriam dos diversos chilenos degustados se depois de verificar as lágrimas perfeitas, os aromas primários e secundários surpreendentes, o tanino, e o retrogosto alto, optássemos por que ele continuasse daquele jeito? No mínimo, perderíamos junto com sua evolução aromas de maracujá, baunilha e mel, dentre outros.

"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende."

Para nós que estamos cansados de ensinar esse conceito de mestre é uma punhalada. Mas, aí eu te pergunto, quanto tempo tem que você não "de repente aprende" por essas bandas? Usando essa citação poderia filosofar dizendo o aprendizado é etc etc etc. Mas não, por ser despedida vou ser mais prático. Quantos meses tem que você não "de repente aprende" algo novo aqui em BH? Espere um mês em sua nova cidade e, se isso não acontecer, eu pago sua passagem de volta de 1a classe.

"Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto."

Bom, esse encanto é a comodidade. Ninguém sabe o que significa comodidade até sair dela. Totalmente. Os que saem parcialmente, acham que deixaram a comodidade; mal se sabe, como dizia Nietzche, que eles apenas se encontram em um estágio intermediário de comodidade, enganando a si mesmos e vivendo sem nenhum desprazer, mas também sem experimentar o máximo de alegria, que é a única coisa que vale a pena mesmo.

Por fim, amigo de longa data, de discussões filosóficas, religiosas e éticas, de idas a igrejas, bares, restaurantes e cidadezinhas de interior, de interesses pela mesma mulher, por irmãs na praça do papa, por primas, e por qualquer outro tipo de parentesco entre elas, carpe diem para você em Curitiba. Como diria Vinícius "A vida é pra valer, a vida é pra levar".

Grande Abraço,
Claudinho

4 comentários:

Luciano Maia disse...

VALEU MESMO PELAS PALAVRAS, MEU AMIGO!ME TROXERAM ABRIGO EM TERRA ESTRANHA, LITERALMENTE.

NEM VOU COMENTAR MAIS NADA PORQUE TEM COISA QUE NÃO DÁ PARA COLOCAR EM PALAVRAS MESMO.

Isabella disse...

Olá!!!! Obrigada por comentar meu blog e adiciona-lo! coloquei o seu também. muito obrigada!!!! bacana demais seu blog ainda estou lendo outras postagens suas... abraços!

Anônimo disse...

ahhhhhhhhh que gracinha o Claudinho!!!


ahhhhhhhhhhh!!! :)

tamo torcendo por vc!!!!!
eu to torcendo mto!
pra dar certo e vc se dar mto bem e pra nao dar certo (hehehe) e vc voltar pra BH de primeira classe.

Deus te abencoe sempre
beijo
helen

Anônimo disse...

Depois de ler esse texto do claudinho endenti mais a amizade de vcs!!!Que gracinha esse menino lu...

Juizo aí em curitiba!

Ah...to esperando vc voltar ou me buscar...