22 agosto 2007

Anjos e poetas.



Diversos poetas brasileiros escreveram sobre como os anjos influenciaram suas vidas. Vale a pena observar como enxergaram as interferências divinas.

Carlos Drummond de Andrade:

"Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida".

O poeta Torquato Neto inspirou-se com as mesmas mazelas angelicais:

"Quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes".

Meu poeta-músico predileto, Chico Buarque de Holanda também sentiu-se vítima de um anjo esquisito:

"Quando nasci veio um anjo safado
o chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim".

Quando Adélia Prado publicou seu primeiro livro, o primeiro poema lidava com a sua visitação angelical.

"Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou
Vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
Esta espécie ainda envergonhada".

Agora vou escrever o meu, o do Ricardo Gondim.

Quando nasci, um anjo quase falhou
o avião de mamãe grávida desabou
e Deus falou: Anjo desastrado!
Este menino além de canhoto
vai sempre viver assustado.

Soli Deo Gloria.


Pr Ricardo Gondim.

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Complementando
Quando eu nasci um anjo artesão
veio logo trazendo grude, resina e cola:
já sabia de minha vida de fazer artes,
de minha sina de quebrar a cara
e da Obra Prima no final...

...

E eu acreditei nisso e continuo esperando o final. rs

Um comentário:

Anônimo disse...

pois é...
os anjos podem fazer bem, e mal nao é isso?

me coooooooooonta da quebradeiiiiiira!

beijo